Data do evento:
Quarta, 10 de Agosto, 09:00 a Sexta, 12 de Agosto de 2005, 18:00
A indústria brasileira passou por várias transformações nos últimos anos, em razão das mudanças no cenário macroeconômico. O tecido industrial moldou-se à nova realidade, porém não como resultado de ações planejadas ou constantes. Entre respostas defensivas ou ofensivas, porém temerosas, os processos tecnológicos, como um todo, e inovativos, em particular, passaram crescentemente a fazer parte não só do dia-a-dia das empresas mas também do debate público, como itens obrigatórios.
A inovação e seus efeitos sobre as cadeias produtivas estão no centro das estratégias e das iniciativas do governo federal, que elegeu quatro setores como alvo de sua política industrial: semicondutores, softwares, fármacos e bens de capital foram escolhidos em consonância com os objetivos de adensamento do tecido produtivo, aumento da eficiência econômica e difusão de tecnologias com maior potencial de indução do nível de atividade interna. Em boa medida, essa ação visa impulsionar a economia como um todo, tornando vários setores mais dinâmicos internacionalmente, ao mesmo tempo em que propicia o desenvolvimento da capacidade inovativa das empresas e o aumento das exportações, fatores que podem contribuir efetivamente para a retomada do crescimento econômico.
Em termos, aquela política possui formas e intensidades muito diferentes. Por exemplo, o desenvolvimento da indústria de semicondutores, atualmente com apenas 4 firmas no Brasil, é um desafio por envolver, além de questões comerciais, a construçao de capacidade produtiva e a capacitação interna de recursos humanos. Por outro lado, o foco no setor de softwares recai sobre a inserção e competitividade internacional em produtos e serviços, em consonância com a Lei de Informática, que incentivou o aperfeiçoamente de competências internas.
Já o setor de fármacos é igualmente intensivo em conhecimento, mas com forte presença de laboratórios estrangeiros que pouco têm transferido atividades para o Brasil, em especial as de P&D. Por isso, a proposta para o desenvolvimento desta indústria almeja o enraizamento de algumas dessas funções no país, para reduzir seus déficits comerciais, bem como aumentar a capacitação do Brasil e promover os laboratórios públicos e nacionais.
A indústria de bens de capital desempenha um importante papel na construção de capacidade produtiva e na difusão de progresso técnico. Em alguns casos, a estratégia para o setor deve incorporar o fortalecimento dos fabricantes nacionais, mas deve estar voltada também para a conquista de novos mercados externos, de forma a viabilizar economicamente a indústria local, inclusive pelas competências competitivas que as exportações exigem.
Assim, apesar das particularidades de cada setor escolhio, os efeitos dinâmicos ultrapassam as fronteiras setoriais. Diante disso, há que se refletir: pode a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior ajudar a promover a inovação e a distribuição dos seus resultados de forma socialmente mais equânime? Seus efeitos têm respondido às expectativas existentes em sua concepção? Os mecanismos utilizados têm se mostrado coerentes com a diversidade de empresas e as disparidades regionais? Há aperfeiçoamentos a serem feitos? Estas são as questões centrais do VI Seminário de Economia Industrial, promovido pelo GEEIN.
O VI Seminário de Economia Industrial tem como intuito reunir, para apreciação, discussão e aprofundamento, as contribuições de um grupo de pesquisadores que vêm desenvolvendo trabalhos em áreas ligadas à Economia Industrial e às Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T & I).
As freqüentes discussões acerca dos resultados destes trabalhos têm sido sempre muito ricas e influenciado na definição das agendas de pesquisa dos membros deste grupo e dos seus estudantes de graduação e pós-graduação.
Os temas abordados no seminário e submetidos à apreciação de membros da comunidade acadêmica e de todo o público interessado serão: Política Industrial Brasileira, Instituições, Insumos e Equipamentos para o Complexo Agroindustrial, Projetos de Tecnologia e Indústria de Revestimento Cerâmico.
O VI Seminário destina-se também a apresentar e discutir resultados das pesquisas promovidas pelo GEEIN, em colaboração com diferentes instituições colaboradoras: UFSCar, UNICAMP, UFRJ, USP (Escola Politécnica e FEA-RP), além de organismos públicos como FINEP e MCT. Representa, também, uma oportunidade para jovens pesquisadores apresentarem os seus trabalhos no Seminário de Iniciação Científica.